quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Boate em forma de caverna faz sucesso na noite de Cancun

Na zona hoteleira de Cancun, no México, uma casa noturna chama a atenção dos baladeiros de plantão. Mais do que agradar os ouvidos com setlists, a Dady'O quer encher os olhos de quem busca diversão à noite. Para isso, investiu numa arquitetura baseada nas cavernas caribenhas. Assim, as paredes das áreas internas e externas têm cor e textura semelhantes à das rochas.

Na fila, os clientes observam o letreiro da boate em letras gigantes na fachada, como se estivesse esculpido. Ainda no clima das grutas mexicanas, é preciso ter certo cuidado para não bater a cabeça numa das estalactites decorativas do hall da casa inaugurada em 1989.

Para embalar a noite, os DJs tocam sucessos das décadas de 80 e 90, além de lançamentos do pop, eletrônico e hip-hop. Profissionais de renome no mundo da música, como o DJ Tieste, já tocaram na Dady'O. E entre um passo e outro na pista de dança construída em vários níveis, drinques coloridos são servidos em bares distribuídos em seis pontos do espaço.

A surpresa da noite fica por conta da apresentação de ator caracterizado de um antigo deus asteca. Quando o relógio marca meia-noite, inicia-se o show no palco, com direito a fogo. Paralelamente, atletas sobem e descem em tecidos amarrados no teto e profissionais da pirotecnia “cospem” fogo, enquanto dançarinos encantam os frequentadores.

Concurso de biquíni
O clima de intenso calor de Cancun motivou a criação do concurso de biquínis da Dady'O. Todas as quintas-feiras, belas mulheres (não são aceitas modelos profissionais) podem desfilar com os trajes de banho e concorrer a um prêmio de US$ 2.500 (aproximadamente R$ 5 mil). A animação aumenta com a presença DJs contratados especialmente para agitar o evento.

Na zona hoteleira mexicana, balada chama atenção pela música e também pela arquitetura baseada em cavernas caribenhas Foto: Divulgação

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Conheça hotéis que surpreendem os hóspedes com vistas inusitadas

Jules Undersea Lodge, Estados Unidos: projetos de resorts de luxo submarinos estão na moda, diferentes hotéis ao redor do mundo. Mas o primeiro hotel embaixo dágua foi o Jules Undersea Lodge, antiga estação de pesquisas na ilha de Key Largo, Flórida, foi transformada em alojamento para duas pessoas, com camas, um banheiro, e uma grande janela com vista, para as águas do mar. Os hóspedes mergulham até sua suíte, e recebem refeições trazidas pelo staff do hotel.

Jules Undersea Lodge, Estados Unidos: projetos de resorts de luxo submarinos estão na moda, diferentes hotéis ao redor do mundo. Mas o primeiro hotel embaixo dágua foi o Jules Undersea Lodge, antiga estação de pesquisas na ilha de Key Largo, Flórida, foi transformada em alojamento para duas pessoas, com camas, um banheiro, e uma grande janela com vista, para as águas do mar. Os hóspedes mergulham até sua suíte, e recebem refeições trazidas pelo staff do hotel. As diárias com tudo incluído começam a partir de R$ 1000. Foto: Divulgação

iraffe Manor, Quênia: mansão colonial de 1930 a 20 km do centro de Nairobi, capital do Quênia, o Giraffe Manor é um incrível hotel boutique onde os hóspedes convivem com a presença das numerosas girafas que vivem ao seu redor. Seja na mesa do café da manhã, ou pela janela de seu quarto, estes belos animais encantam os visitantes numa estadia inesquecível.

Giraffe Manor, Quênia: mansão colonial de 1930 a 20 km do centro de Nairobi, capital do Quênia, o Giraffe Manor é um incrível hotel boutique onde os hóspedes convivem com a presença das numerosas girafas que vivem ao seu redor. Seja na mesa do café da manhã, ou pela janela de seu quarto, estes belos animais encantam os visitantes numa estadia inesquecível. Diárias no Giraffe Manor a partir de R$ 600 diários Foto: Divulgação

Hotel Kakslauttanen, Finlândia: na vasta e fria região da Lapônia, pinheiros gigantes elevam-se sobre 40 cabanas equipadas com lareira e 20 iglus de vidro térmico. Além do cenário que se avista desde estas acomodações, o espetáculo fica ainda mais impressionante durante os meses de dezembro a abril, com a presença de auroras boreais, um dos fenômenos mais impactantes da natureza
Hotel Kakslauttanen, Finlândia: na vasta e fria região da Lapônia, pinheiros gigantes elevam-se sobre 40 cabanas equipadas com lareira e 20 iglus de vidro térmico. Além do cenário que se avista desde estas acomodações, o espetáculo fica ainda mais impressionante durante os meses de dezembro a abril, com a presença de auroras boreais, um dos fenômenos mais impactantes da natureza Foto: Divulgação

Sentosa Resort, Cingapura: o Sentosa Resort de Cingapura inaugurou 11 Suítes Oceano, com uma janela que dá diretamente para o aquário, no qual os hóspedes podem avistar animais como tubarões, arraias e outras 70 espécies marinhas.

Sentosa Resort, Cingapura: o Sentosa Resort de Cingapura inaugurou 11 Suítes Oceano, com uma janela que dá diretamente para o aquário, no qual os hóspedes podem avistar animais como tubarões, arraias e outras 70 espécies marinhas. Modernas e confortáveis, as suítes garantem uma experiência única por diárias de cerca de R$ 4 mil Foto: Divulgação
Utter Inn, Suécia: casinha flutuante no meio do lago Malaren em Vasteras, centro da Suécia. Os hóspedes são levados de barco até a casa, e deixados ali para passar a noite com muita tranquilidade e recolhidos no dia seguinte. A casinha é confortável, bem equipada, e conta com um observatório submarino para ver o movimento dos peixes.

Utter Inn, Suécia: casinha flutuante no meio do lago Malaren em Vasteras, centro da Suécia. Os hóspedes são levados de barco até a casa, e deixados ali para passar a noite com muita tranquilidade e recolhidos no dia seguinte. A casinha é confortável, bem equipada, e conta com um observatório submarino para ver o movimento dos peixes.  As diárias para se hospedar no Utter Inn são de R$ 370 Foto: Divulgação


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Sertão das águas


Dunas, água cristalina por todo lado, capim que nasce dourado. O Jalapão, no Tocantins, é uma das mais inusitadas – e menos exploradas – paisagens do Brasil

Imagine um lugar com dunas alaranjadas e árvores com aqueles galhos retorcidos típicos do cerrado. Onde você caminha por horas e só ouve o silêncio. Insira cachoeiras com poços de água verde-esmeralda e diversas nascentes de riachos límpidos. E agora pare de imaginar, pois esse lugar existe. Seu nome é Jalapão.

“Isto aqui é um sertão com muita água, muita vida e alguns mistérios”, diz a bióloga Cassiana Moreira, que trocou Curitiba por Mateiros, uma das cidades no entorno dos 34 mil quilômetros quadrados de área do Jalapão, a grande atração do estado do Tocantins. O maior desses mistérios envolve as dunas: a região é a única do país em que é possível avistar essas formações, típicas do litoral ou de desertos, no meio do cerrado. Os turistas, brincando, costumam perguntar: “Quem jogou aquele monte de areia ali?”

Ninguém. Se no meio de tanta água existe areia, pode-se dizer que as dunas de 40 metros são um oásis ao contrário no verde do cerrado. Elas são formadas pela erosão permanente da Serra do Espírito Santo (uma trilha de 8 quilômetros leva ao sensacional mirante do topo). “Aquela serra um dia vai desaparecer. E aqui temos o privilégio de ver isso acontecendo na nossa frente”, declara a geógrafa tocantinense Maria Antônia Valadares.

A paisagem do Jalapão é atravessada por uma grande quantidade de nascentes que brotam do solo arenoso, dando origem a rios e muitas quedas-d’água. A piscina cristalina do primeiro parágrafo pode ser o Fervedouro, postal do Jalapão, que tem uma nascente subterrânea e águas que irrompem do solo com muita pressão, propiciando uma sessão de hidromassagem natural. O tom esverdeado do poço se deve à areia de origem calcária que se acumula no fundo.

Para preservar os atrativos da região, alguns cuidados têm sido tomados. As famosas dunas, que são ainda mais atraentes ao entardecer, só podem ser visitadas até 17h30, a tempo de ver o pôr do sol. À noite ninguém pode ficar por ali pensando em luaus ou coisa do tipo. “Isso ajuda na preservação. Muitos dizem que esta é uma terra de ninguém, mas temos a maior quantidade de áreas protegidas do cerrado”, diz o gerente do Parque Estadual do Jalapão, João Miranda. Nem toda a área do Jalapão está no parque, mas há ainda outras unidades de conservação. Estima-se que 40% dela esteja sob proteção.

A julgar pela quantidade de pessoas que recebe, a região parece até bastante protegida. Calcula-se que apenas 15 mil turistas tenham pisado ali até hoje. E a ocupação permanente é irrelevante: a densidade demográfica é de menos de uma pessoa por quilômetro quadrado. “Esse lugar é longe pra...”, disse-me um taxista em Palmas, a capital do Tocantins. Conversando com mais gente por lá, percebi que poucos tocantinenses têm o hábito de visitar a região. Palmas está a 198 quilômetros de Ponte Alta do Tocantins, o munícipio de pouco mais de 7 mil habitantes que fica na entrada do Jalapão. A distância não assustaria se pensássemos em asfalto e sinalização. Mas lá não há nada disso: o que existe são estradas de terra ruins até mesmo para carros 4x4. Há poucas opções de hospedagem nas cidades de Ponte Alta e Mateiros, além do camping sofisticado da Korubo Expedições, nas margens do Rio Novo.

tJalapão, Tocantinse

Nasce um destino

O Jalapão, que deve seu nome a uma plantinha que brota aos montes por lá, a jalapa-do-brasil – boa para inflamações no sistema respiratório, segundo dizem –, só começou a aparecer para o turismo em 2001, e foi pelas mãos de um forasteiro. Nascido em Belém, criado em São Paulo, o ex-operador da bolsa Luciano Cohen se apresenta como um dos descobridores da região. Ele é dono da Korubo Expedições, que mantém um acampamento sofisticado à beira do Rio Novo. Por alguns anos Luciano buscou no Brasil um lugar de potencial turístico em que pudesse investir. Chegou ao Jalapão em 1996. “Na época só existia uma única pousada em Mateiros. Comprei então uma Toyota 4x4 para desbravar a região. Eu e minha mulher passamos dias e dias acampados no meio do nada. Quando vi aquelas dunas e as cachoeiras, percebi que tinha encontrado uma mina de ouro”

O capim que vale ouro
“Meu capim, meu capim dourado / que nasceu no campo sem ser semeado...”, cantam as crianças do povoado quilombola de Mumbuca, com pouco mais de 200 habitantes, a 35 quilômetros de Mateiros. Os primeiros integrantes da comunidade chegaram ao Jalapão no final do século 18, oriundos da Bahia. O objetivo era fugir da seca. Ali, no sertão das águas do Jalapão, eles tinham um clima que conheciam, mas com a vantagem de poder viver das plantações de mandioca, milho e feijão. E, veriam depois, do capim-dourado.

A planta, uma espécie de sempre-viva, brilha como ouro e brota nas veredas do cerrado. Há espécies em outros lugares do Brasil, mas nenhuma é tão dourada quanto a do Tocantins. O capim é colhido apenas uma vez por ano, no começo da primavera, antes das chuvas, que chegam lá em meados de outubro. Nas mãos das artesãs locais, a planta se transforma em lindos cestos, colares, brincos e outros artefatos.