quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Turismo de aventura esquenta clima ameno de Serra Negra, em PE

Mais de 20 trilhas, grutas e açudes atraem visitantes o ano todo.
Pedras e vegetação arbustiva figuram em mirantes a mil metros de altura.

 Sem praia ou areia, Serra Negra atrai pelo turismo de aventura

 As temperaturas amenas encontradas em Serra Negra, no Agreste de Pernambuco, contrastam com a ideia de que o turismo no Nordeste vale apenas pelo calor sentido em visita às praias. Este pequeno povoado, onde a noite mais fria pode chegar a 8° graus, é um recanto a mil metros de altitude com pouco mais de 60 mil habitantes e mais de 20 atrações para turistas aventureiros. São trilhas, grutas, mirantes e açudes para tomar todo o dia de passeio- com intervalo para um almoço regional, claro. Após o dia de ação, a noite é convidativa a pôr o agasalho e acender uma fogueira. Durante o inverno, em juho, quando as temperaturas ficam abaixo de 10º C, o povoado recebe sua maior festa, o São João.

Em dois dias é possível conhecer as principais atrações de Serra Negra com calma. Muitos visitantes começam pelo Polo Cultural, onde vendem-se peças produzidas por 60 artesãos locais. Lá também fica o Centro de Informações Turísticas: separe um dinheiro para uma máscara de papangu, símbolo do carnaval de Bezerros. O preço varia de R$ 6 a 40, de acordo com o tamanho. Se bater a nostalgia da infância, adquira também brinquedos populares, como mané gostoso (R$2), peão (R$3), rói-rói (R$ 2) e carrinhos de madeira (R$ 2 a 9).

No mesmo local está o Mirante de Serra Negra, a 1.090 metros de altitude, onde está instalado o anfiteatro que recebe atrações culturais. O visual entrega a principal característica do povoado: os afloramentos rochosos em granito do Maciço da Borborema. Com pedra para todo canto e bons paredões, o lugar é procurado por praticantes de rapel e escalada.

 

Também saindo do Polo, há uma trilha para o Parque Ecológico. O percurso tem 2,5 quilômetros em uma estrada de terra, com subidas, descidas e muita poeira. O caminho também pode ser feito de carro, moto, bicicleta, cavalo... É por isso que essas trilhas são bastante procuradas para a prática de motocross, enduro, mountain bike e skate mountain.

Antes de chegar ao Parque, vale uma parada na Casa das Flores, uma propriedade privada onde há o cultivo de diversas espécies. Dá para tirar fotos, mas a entrada não é liberada. Vale também uma pausa para contemplar a vista do Mirante do Cruzeiro que, apesar do nome, não tem mais cruz, que desapareceu. O acesso é gratuito, mas é bom levar água e comida, pois nem sempre os bares ao longo do caminho estão abertos. Sinal de celular e internet é difícil de ter.

Para se hospedar, Serra Negra tem chalés confortáveis e apartamentos, além de áreas para camping no Sítio da Pedra Solta. O local tem terrenos planos, sombreados e saguis curiosos. Para acampar, é preciso levar a barraca e pagar R$12. Leve lanterna e um bom cobertor. É prudente fazer reservas antes, principalmente na época junina, quando até o tráfego de veículos é controlado.

 Trilhas e rapel

Para entrar no Parque, é preciso pagar R$ 2 por pessoa. O local é pequeno, porém cheio de curiosidades. Entre elas, a Gruta do Amor, a Pedra Cortada e a Porta do Vento. Quem tocar no Pau Santo Casamenteiro, diz a lenda popular, se casa em pouco tempo. Na Pedra do Gravatá Amarelo, planta típica da região, mais uma bela vista. Ainda tem o mirante da Pedra da Escada - que está sem escada - e da Pedra da Carambola, onde dá para fazer rapel com 20 metros de altura. E não se espante se, de repente, você der de cara com tatus, tejús e lobos guará, representantes da fauna local.

Outra trilha recomendada é a que leva até a Caverna do Deda, apelido do antigo proprietário do terreno, o major Manuel Laurentino. É melhor ir acompanhado de um guia, pois não há muita sinalização. Do Polo, o trajeto tem cerca de quatro quilômetros, tanto a pé como de carro. Se for caminhar, é bom estar com tênis e calça confortáveis, blusa de tecido leve com manga, chapéu ou boné, além de protetor solar e repelente. Se chover, cancele a visita. A estrada de terra pode virar só lama com um aguaceiro.

A entrada na reserva florestal onde está a carverna custa R$ 2 por pessoa. O percurso é curto, passando por muitos pés de fruta e três açudes. Em um deles pode-se tomar banho de água bem gelada. Allan Almeida, 17 anos, guiou a equipe dentro da caverna, que é um grande afloramento em rocha cristalina. O local tem pouca visibilidade e é cheio de pedras, detalhes que ele conhecia bem. O barulho dos morcegos pode assustar, mas o passeio é rápido, uma caminhada de apenas 25 metros.

De lá, uma trilha que exige um esforço físico moderado entre terra e rochas leva a um mirante com 960 metros de altitude e uma vista do Agreste e da Caatinga arbustiva. No local, é possível acampar por R$ 5 por pessoa e também fazer rapel. A descida tem 35 metros de altura. Para retornar, o caminho é íngreme e um pouco escorregadio.

Comida regionalBateu a fome? Em Serra Negra há poucos restaurantes, como O Mirante e o Sabor da Serra, da simpática Maria Ednalva Silva, ou dona Dalva. Ela oferece prato-feito (R$ 7), porção para duas pessoas (R$ 15) e self-service para grupo (R$ 10) - este último, só no final de semana. Tem carne de sol e de bode, galinha guisada, à cabidela (molho pardo) e assada, fora os acompanhamentos com tempero bem caseiro. No café da manhã ou jantar, ambos por R$ 8, é possível experimentar o requeijão feito por ela mesma. "É uma delícia", garante.

No centro do distrito, há o Bar da Serra, que conta com refeições, petiscos e misturada de aguardente. Logo ao lado fica a pracinha principal e a Igreja de São Francisco, fundada em 1949. Na hora de ir embora, parada obrigatória na Casa do Mel, localizada na beira da estrada, já na saída do povoado. O dono, seu Adevado, é apicultor. Com ajuda do filho, mantém mais de 40 colméias, de onde sai o produto que vende na banquinha e nas cidades próximas. "É bem docinho", reforça ele, oferecendo uma prova.
Um pote com dois quilos de mel, com o favo dentro, custa R$ 30. Ainda há opções de R$ 15 e 7. Dá para comprar também rapadura na folha da banana (R$3,50) e um copo de caldo de cana com gelo feito do próprio suco (R$1,50). Tudo isso só para deixar uma doce lembrança de Serra Negra.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Turismo no Rio de Janeiro - Arraial do Cabo


Mergulho e mar azul transformam Arraial do Cabo no 'Caribe carioca'

Cidade fica na Região dos Lagos do Rio, a 140 km da capital.

Tássia Thum Do G1 RJ 

O mar azul dá as boas-vindas a quem chega a Arraial do Cabo, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro. A cidade a 140 km da capital recebeu o apelido de “Caribe carioca”, por causa dos mais de 30 pontos propícios à prática do mergulho. Ao fundo das águas transparentes, se esconde uma infinidade de corais, tartarugas marinhas, estrelas do mar, além de dezenas de espécies de peixes coloridos, arraias pintadas, moreias e baiacus de espinho.


Os marinheiros de primeira viagem ansiosos para desbravar o universo subaquático devem optar pelo batismo – prática indicada para quem não fez curso de mergulho. Nessa modalidade, um instrutor acompanha individualmente a aventura embaixo do mar. Diversas agências oferecem o passeio, que custa entre R$ 135 e R$ 180.

Praia dos Anjos



Na Praia dos Anjos é onde se concentra grande parte das operadoras de mergulho. É de lá que partem as embarcações, que ficam ancoradas na Marina dos Pescadores. É obrigatório o pagamento de uma taxa municipal de R$ 3 por pessoa, para o embarque em barcos ou escunas.

O casal Wesley Vieira e Daniella Gallo saiu de Sorocaba, no interior de São Paulo, para ser “batizado” no mar de Arraial do Cabo. A viagem de barco até o ponto de mergulho leva cerca de 30 minutos. Durante o trajeto, eles foram orientados pelo instrutor sobre os sinais de comunicação debaixo d´água, técnicas de segurança e de compensação nas vias aéreas.

Após o minicurso chega o momento de vestir o macacão térmico, que isola o corpo das águas geladas, além de botas, nadadeiras, máscara, snorkel, colete e cilindro com ar atmosférico comprimido. Toda a parafernália é necessária para a segurança debaixo do mar. O mergulho dura de 40 a 50 minutos. Um fotógrafo subaquático acompanha todo o passeio.

Casamento debaixo d´água 
 
O engenheiro Paulo Lopes, 52 anos, se encantou pela atividade e há 15 anos abandonou o emprego público, para virar professor de mergulho em Arraial do Cabo.

Ele diz que já realizou ao menos cinco casamentos embaixo do mar. “Todo ano, vários padres buscam os cursos de mergulho, porque aumenta cada vez mais a demanda por casamentos embaixo do mar. É muito especial, um cenário fantástico, com peixes coloridos e espécies raras da fauna e flora marinha cercando os noivos e convidados”, falou Paulo.

No mergulho é proibido tocar nos animais, assim como retirar conchas e corais. “Em primeiro lugar, temos que pensar na preservação ambiental. Outra dica é que quando o animal é tocado, ele foge. Então, se você não tocar, o animal nada ao seu lado”, ressalta o professor, acrescentando que o mergulho é indicado para pessoas acima de 12 anos. A atividade não é recomendada para quem esteja gripado ou sofra de sinusite crônica e claustrofobia – aversão a lugares fechados.

A paixão de Paulo pelo mar é tanta que ele já se aventurou por águas muito mais geladas. No início de 2011, ele participou da expedição no barco Paraty, em companhia do navegador Amyr Klink, na Antártica.

 Praias de Arraial do Cabo
 
As belezas de Arraial do Cabo não são restritas ao fundo do mar. As praias da cidade são uma atração à parte, com vegetação de restinga, composta por cactos e mato rasteiro.

 Prainha

 Praia Grande

 Praia do Forno

 Pontal do Atalaia

 No roteiro de viagem não pode faltar uma visita à Prainha, Praia Grande, Praia do Forno e ao Pontal do Atalaia, região com mirantes, que garantem um visual panorâmico da cidade. No fim da tarde, casais e grupos de amigos se reúnem para contemplar o por do sol no local.

Arraial do Cabo é uma pequena cidade, com cerca de 40 mil habitantes. O acesso pode ser feito de carro, através da Via Lagos, de ônibus, partindo da Rodoviária Novo Rio, ou de vans, saindo da vizinha Cabo Frio, o principal município da Região dos Lagos.

Em Arraial há opções de pousadas com preços mais acessíveis. O valor da diária varia de R$ 150 a R$ 400, dependendo da hospedagem e da proximidade com o mar. A cidade vive essencialmente do dia, sem grandes atrações à noite. Mas na alta temporada ainda é possível encontrar bares e restaurantes abertos após a meia-noite, principalmente na Praia dos Anjos, Praia Grande e Prainha.